Já viste o infinito do olhar?
Encosta a tua face,
tão perto quanto conseguires
perceber o respirar.
Sente a pele sem a tocares
e olha os lábios.
Centra-te na sua forma
e goza o sorriso que é teu, ali.
Observa, devagar, cada pequena ruga,
cada pequeno sinal dessa face
e passa suavemente as mãos pelo cabelo.
Os olhos que, em cada momento atrás,
foram sempre porto de partida,
são agora, finalmente, o teu repouso.
Prepara-te para suspirar num silêncio.
Fecha os teus olhos para depois admirar:
são os contornos das pestanas,
olhadas uma a uma,
e os teus dedos que queres ver passear
naquelas pálpebras.
Depois, perde-te naquele
caleidoscópio de cores invisíveis:
viste o infinito
do olhar?
10 comments:
Obrigada pelas palavras nas minhas romãs. Gostei muito deste poema. Beijos.
Gosto das tuas visitas ao meu campo, Lua, pelos raio de luar que lá espalhas. Lindo poema de tranquilidade e harmonia na procura do eu. Beijo
Lindo lindo,adorei!
"O silêncio de um olhar por vezes diz tanta coisa"
Jinhos fofos
Isa
Vi tu menos o infinito. Aliás, que vem a ser isso do infinito? O que não tem fim? Mas se no Mundo tudo tem fim, como conceber o infinito?
PS - As sandes eram de mortadela.
Lobo, a matemática prova que não!
Lua, vim ler-te...
e fiquei encantada com este poema...parei aqui, li e reli...
É lindo...tocou-me no fundo da alma...
Tal como tu, acredito no infinito do olhar...
...e diz-nos tanto, um simples olhar...!!!!
Beijos muito mágicos
Caríssima EU:
O Universo é infinito? Mesmo aí a matemática não prova coisa alguma. Tudo tem um princípio e um fim. Mesmo o que ainda não terminou.
E o primeiro que me achar dogmático que me dê um exemplo de algo infinito! Logo lhe darei mil exemplos infinitos que no tempo se finaram.
Verdade que os matemáticos entendem o infinito como uma entidade dotada de existência, mas é um acto de fé!
Como disse Poincaré: é esse nós que é o infinito!
Deixem-se de infinitudes, aliás, tendo em conta que muito provávelmente nenhum de nós alguma vêz irá mais alem que a terra, que interessa se há mais alem?
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