Saturday, March 31, 2007



As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir

São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder

Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera

Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera

A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

Monday, March 26, 2007

IF YOU NEED ME
(Bateman/Pickett)

If you need me
Why don't you call me
Said if you need me
Why don't you call me
Don't wait too long
When things go wrong
I'll be there, yeah
Where I belong

Said if you want me
Why don't you send for me
Said if you want, want, want
All you gotta do is send for me
Don't wait to long
Just a pick up your phone
I'll be there
Right there, where I belong

People always told me, darling
That you didn't mean me no good
But I know deep down in my heart
I done the best I could
And one of these days, darling
It won't be long
You're gonna come walking through that door
And I know in my mind these are the very
Words you're gonna say to me

I still love you
Always thinking of you
I still love, love, love
Always thinking of you
Don't wait too long
When things go wrong
I'll be there, right there
Where I belong


ah..já clicaram no alho francês?!
e agora não se esqueçam que, hoje dia Mundial do Teatro...
"Todos somos chamados, pelo menos uma vez na vida, a desempenhar um papel que nos supera. É nesse momento que justificamos o resto da vida, perdida no desempenho de pequenos papéis indignos do que somos"...
Felizmente há luar! Luis S. Monteiro

Thursday, March 08, 2007




O dia, cheio de horas de luz, levou-lhe os passos para junto do mar. Era final da tarde mas o Sol ainda brilhava quente quando iniciou a caminhada sem destino. Não queria pensar em nada de importante, só queria andar para gastar as energias acumuladas em horas horas de cansaço.
Não conseguia parar mesmo que o corpo assim pedisse e lembrou-se da letra de uma canção do Variações: sou estou bem onde não estou!
Aquele local fez com que as memórias, escondidas há tantos anos, chegassem à flor da pele! Lembrou-se de um copo numa mão de um homem encostado a um balcão.
Foi isso mesmo! - recordou quando semicerrou o olhar para que a lembrança fosse mais real. Foi o copo quieto, com uma bebida quieta, preso num corpo quieto encostado a um balcão de bar, numa noite qualquer de verão.
Tanta gente que ali estava e o olhar resolveu descansar ali.
E depois?! Depois, o caminho mudou, tal como muda o trajecto de dezenas de pessoas quando o agulheiro faz o movimento mágico de mexer nos carris para orientar o comboio.
Que momento estranho aquele! - pensou agora, quando os passos pararam no mesmo local.
Olhou o balcão mas não o viu o copo, nem a mão, nem o homem mas sentiu-lhe o cheiro e o sabor da boca. O mar era o azul de um olhar perdido.
Suspirou, sentiu, tremeu e colocou os óculos escuros: o Sol fazia reflexo nas águas dos olhos!