Não posso adiar o amor para outro século
não posso ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite
e arda sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar ainda que a noite
pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século
a minha vida nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração.
(Antonio Ramos Rosa)
2 comments:
eu, grande poeta da língua Portuguesa o António Ramos Ramos que já tive a honra de falar e conviver com ele numa tertúlia em Lisboa. Lindíssino e profundo este poema. Bela escolha. Um beijinho.
Que belo poema, que bela mensagem, a de não adia o amõr. É precison tambem não adiar o futuro.
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