Everyone is a moon, and has a dark side which he never shows to anybody... Mark Twain
Wednesday, April 27, 2011
Tuesday, April 26, 2011
A Internet tem esta vantagem absoluta de reduzir a distancia e o tempo. Também permite a magia atroz de conforme aparecemos na vida do outro podermos desaparecer sem deixar rasto algum que não seja a memória de uma presença, mais ou menos importante. São rápidos os elos que se criam e igualmente fáceis os nós que se desatam.
Quando criei a minha conta de Facebook, há cerca de dois anos, fui procurar colegas de liceu. Assolou-me uma memória simpática e calorosa daquele tempo. Aliás, tenho melhores recordações do meu tempo de liceu do que o da faculdade.
Uma das desvantagens das grandes cidades é que perdemos mais facilmente o contacto com as pessoas que entram na nossa vida nas suas diversas fases. O FB aliciava com a promessa de encontrar ‘amigos perdidos’. Adicionei o meu liceu e parti, sentada na minha secretária, para uma exploração no tempo.
Não me lembrava de muitos nomes completos e de todos os que estavam na minha memória apenas encontrei um, o de um colega de turma no curso geral. Lembrava-me perfeitamente da sua face aos 15 anos, do seu jeito alegre e descomprometido. Senti uma alegria infantil de saber dele, 30 anos depois. Reconheceu-me logo pelas poucas palavras que trocámos numa mensagem privada. Foi como se no dia anterior estivéssemos a tomar café no Sul América ou no Vává. Falámos dos empregos, da família e mostrámos a nossa satisfação pelo reencontro.
Não voltámos a trocar mais palavras mas ele ‘estava ali’, com a sua família e os seus amigos frequentemente a demonstrarem-lhe o seu afecto. Mostrava os seus passatempos e as suas preferências com uma cortesia despretensiosa. Percebi que aquele miúdo que tinha sido meu colega de carteira tinha-se transformado num homem de quem se gostava.
Não ia ver o seu mural com frequência mas no princípio de Fevereiro percebi que ele estaria com um problema grave de saúde. Deixei-lhe uma mensagem, não lhe perguntando nada mas desejando que o que fosse passasse rápido. Desactivei a minha conta nesse mesmo dia. Ontem, quando a reactivei, lembrei-me do Luis Filipe e se estaria melhor. Procurei-o mas a primeira mensagem que encontrei no seu mural, escrita por um amigo presente para os que não o eram assim tanto, dizia: Não sei se sabe, mas o Luis faleceu no dia 6 de Fevereiro.
A internet tem destas coisas, reduz o tempo e a distância. A internet permite que encontremos e que percamos com tanta rapidez como a de um clique.
Não consegui reprimir uma lágrima e mais uma vez assolou-me uma canção que frequentemente lembro: Ignorance is bliss. Será?
Saturday, April 16, 2011
"Todas as coisas humanas têm dois aspectos... para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade." (Erasmo de Roterdão)
in Elogio da Loucura
in Elogio da Loucura
As Cariátides
Ontem, ontem, um tempo que parece tão longínquo, fui à estante e resolvi rever As Cariátides da Karen Blixen. Confesso que o escolhi não só pela autora, uma das maiores do século passado, e pela história mas pela dimensão porque não me apeteciam 'grandes obras'.
As Cariátides é um conto sobre a influência de uma mulher que assegura a tradição de uma familia senhorial por volta de meados do sec XIX. Um conto incompleto que nos deixa a liberdade de o terminarmos como quisermos.
A obra baseia-se no simbolismo das Cariátides, elementos da arquitectura da Grégia Antiga e que são colunas em forma de estátuas de mulheres que suportavam as arquitraves.
PS 1- gosto de textos justificados..também gosto de acções justificadas
PS2 - desactivei as contas do Facebook por uma questão de justiça. Na balança, no equilibrio das coisas que devem ser equilibradas, devemos estar ao mesmo nível, ao lado.
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